terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

A doce morte do velho Adamastor.

A vida do pobre velho parecia consistir em, nada mais do que uma estada no purgatório. Sozinho, sem família, sem dinheiro, sem nada interessante acontecendo em sua maçante vida. Trabalhava na Faculdade Santo Antônio limpando o chão e cuidando do jardim. Era de pouca conversa, pouco falava com os colegas de trabalho, nem com os alunos da faculdade. Tinha um aspecto físico frágil, bem magro e o rosto já bem envelhecido.

Estava escalado para trabalhar na Faculdade de Medicina da Santo Antônio, e lá estava ele a limpar o chão, passando quase despercebido pela maioria dos jovens alunos da faculdade de Medicina, e que pagavam mensalidades para estudar lá maiores que o ordenado mensal do velho Adamastor. Pertenciam a outro mundo, que não era o do pobre velho.

Mas nem todos tratavam a presença do velho com indiferença, havia alguns rapazes e moças que gostavam de conversar com ele. Ele era uma pessoa muito humilde, educada e simpática, embora fosse de pouco esclarecimento. Além disso, era extremamente diligente no cumprimento de seu trabalho. Trabalhar é o que ele fez durante toda sua vida. Desde pequeno. Uma de suas maiores alegrias era tomar uma xícara de café na cantina da faculdade e fumar um cigarrinho antes de começar o trabalho. E outro cigarro depois do trabalho.

"Bom dia Seu Adamastor." - dizia o jovem estudante Marcos, um dos que gostavam de conversar com o velho.

"Bom dia". Ele respondia alegremente e oferecendo um sorriso. Gostava quando comprimentavam-no, ele também era muito cordial com os estudantes.

Certa manhã, estava ele a cuidar do jardim da faculdade. Chegara às 5 h da manhã, mais cedo que o habitual para fazer o trabalho de jardinagem. Cortou algumas folhas que estavam sobrando e fazia isso com admirável habilidade. E que belo era o jardim da faculdade, e muito bem cuidado. Cuidado pelo Seu Adamastor, dava gosto de ver. Era um jardim muito amplo e bonito,  que realçava o imponente prédio da faculdade, dando ao lugar um aspecto de palácio.

Havia terminado o trabalho e estava a descansar, as ferramentas que usara e o saco com folhas e galhos cortados estavam sobre a grama do jardim.

"Bom dia seu Adamastor, já tá no cigarro?"

"Bom dia, Mariana. Ah, sim tem que ser, né?."

"Nossa, o jardim está lindo. O senhor manda muito bem mesmo. Parabéns."

Ele conversava com Mariana, alunda da faculdade de medicina. A sua pele bem clara constrastava com seus cabelos e olhos bem negros. Tinha os traços do rosto bem finos, olhos e boca pequenos e um nariz fino e pontudo. Carregava sempre um sorriso para os colegas e demais funcionários da instituição, mesmo os da limpeza, cozinha e jardinagem, não fazia distinção social alguma. Para ela, todo ser humano é igual, independente de que posição social o mesmo pertencia.

"Muito obrigado, querida. Sempre foi minha paixão cuidar do jardim e deixar assim bonito."

" E o senhor faz isso muito bem. Bem, agora tenho que subir pra aula, até mais Seu Adamastor."

"Até mais, linda."

Ela se vira e se dirige ao prédio da faculdade. Era essa simpatia de alguns alunos como a Mariana que alegrava o Seu Adamastor. Ele ficou muito feliz com os elogios que recebera da bela jovem estudante de medicina. Ela sabia reconhecer a importância de todas as profissões, mesmo aquelas que não eram prestigiadas socialmente.

Assim era a maçante rotina do velho Adamastor, sua vida se resumindo a trabalho, nada de interessante acontecia. Gostava de estar no meio dos alunos, de conversar com eles e claro, de fumar um cigarro depois do seu expediente.

Mariana era uma excelente observadora, a intuição natural feminina nela parecia ser bem mais aguçada, e ela percebia que o velho estava sempre a olhar para seus pés no meio das conversas que tinham na faculdade. Certa vez ela, de popósito, comentou com ele:

" Minha Melissa é bonita né seu Adamastor?"

"É sim."

Mariana ria-se.

E assim iam se passando os dias na rotina enfadonha do velho Adamastor.

Até que certa manhã, as aulas já acabando, aconteceu um evendo incomum na rotina do velho: ele limpava o banheiro da faculdade, finalizando sua tarefa, já perto de 12h da manhã, notara que havia poucas pessoas no prédio. Marcos, um dos estudantes de medicina que gostava de conversar com o velho, comprimenta-o.

"Olá Seu Adamastor, como o senhor está?"

"Opa, tudo bem Marquinho, terminei ali de limpar o banheiro já estou indo almoçar..."

"Vai almoçar na cantina?"

"É lá mesmo, todo dia almoço lá."

"A comida de lá é muito boa."

"Opa, boa demais, dona Lourdes põe pa quebra."

"Já almocei lá muitas vezes, e posso confirmar que, de fato, é excelente a comida de dona Lourdes."

"Demais. E aí como foi na aula?"

"Muito boa, estávamos na aula de anatomia. Gosto muito dessa parte."

"Estuda as partes do corpo, né ?"

"Sim,  hoje estávamos estudando os ossos do corpo humano. São muitos os nomes dos ossos."

"Eu ouvi dizer, que até dentro do ouvido temos ossos, né?"

"Sim, o estribo, a bigorna."

"Nossa, eu não sei nem dizer esses nome complicado, é cada nome difícil..."

Marcos ria-se: "É assim mesmo seu Adamastor. Bem eu vou indo."

"Você vai ter aula  de tarde?"

"Sim, hoje teremos aula a tarde."

"Marquinho, parece que não tem ninguém mais no prédio, todo mundo foi embora."

"É, parece que eu sou o último mesmo. Todo mundo já deve ter ido embora."

" É, já fôru tudo. Até mais Marquinho."

"Até mais Seu Adamastor. Bom almoço pro senhor."

"Brigado Marquinho, pra você tamém"

Marcos dirige-se para fora do prédio, enquanto o velho Adamastor ajeita os baldes, rodos, luvas e demais equipamentos no carrinho de limpeza para levar para fora, quando de repente de dentro de uma sala, surge Mariana, que estava sozinha revisando suas anotações. Ela percebe a presença do velho Adamastor que caminhava em direção à saída.

"Seu Adamastor!"

"Eu.."

"O senhor ainda está aí?"

"Tô, tava limpando o banheiro, já terminei, agora to indo almoçar."

Ela aproxima-se dele e dá um beijo no rosto. O velho ficava todo feliz com esse tipo de carinho da moça para com ele.

"O senhor é muito trabalhador, e sei que deve estar cansado."

"Que nada, tô tranquilo, só limpei o banheiro, tudo bem..."

Se o velho tinha uma qualidade que merece ser destacada era a de que era um grande trabalhador. Um incansável, uma máquina de trabalhar. E não era nada mais que isso que o velho passou a vida toda fazendo. Trabalhar. Trabalhar sem cansar. Era sua obsessão. Obsessão a tal ponto que deixava de ser uma qualidade e passava a ser um defeito.

"Quero te pedir um favorzinho, apesar de já ter tido tanto trabalho limpando o banheiro."

"Tô tranquilo Mari, pode falar..."

"Sabe, estou tão cansada, faz uma massagem em meus pés."

O velho achou estranho tal pedido, mas ao mesmo tempo gostou muito. Mariana, por sua vez, esperta e com o senso bem aguçado, queria investigar aquelas estranhas olhadas que ela notou que o velho dera em seus pezinhos.

"Vamos ali na sala para eu me sentar?."

"Vamo sim."

Eles se dirigem à sala, Mariana na frente, ela senta em uma das carteiras da sala já vazia, pois terminara a aula, e  o velho abaixa-se na frente dela. Ela apoia os dois pés em cada ombro do velho, ela estava de sapatilha, e pede para o velho as tirarem. Ele o faz. E começa a massagear cada pezinho de Mariana.

Mariana tinha pezinhos pequenos e branquinhos, tamanhos 36, dedinhos curvos e curtos, as unhas com uma base incolor e cortadas curtinhas, estava com um cheiro forte de suor, pois estava sem meias desde de manhã com os pés presos na sapatilhas, e com os pés suados, afinal estava fazendo um certo calor naquele dia. Ela pedira a massagem nos pés porque queria averiguar aquele interesse peculiar do velho Adamastor em seus pés, manifesto através de longos olhares para baixo, em direção a eles. Ela era uma pessoa muito esperta e informado, e já ouvira falar a respeito de tal parafilia, em que a pessoa possui uma fixação pelos pés do sexo oposto.

O velho exibia em seu rosto uma feição de espanto e consternação pela situação, o que divertia muito Mariana. Ela desconfiava que ele estava gostando e estava disposta a provocá-lo ainda mais.

"Diga-me uma coisa, mas tem que ser sincero Seu Adamastor..."

"Sim.." - sua voz fraca, quase não saía, estava profundamente consternado com o excêntrico pedido de Mariana.

" Meus pés são bonitos?"

Adamastor coloca o pezinho de Mariana em frente do seu rosto e lança-o um olhar observativo.

"Seu pezinho é muito bonito."

Mariana ri, e indaga novamente: "Sério?"

O velho confirma: "Sim" A voz do velho havia mudado completamente o tom em relação a quando estava conversando com a estudante no corredor. Mariana nunca ouvira aquele tom de voz antes,  era um tom de voz trêmulo, parecia estar assustado. Mas Mariana estava se divertindo muito com a situação. Tanto que procurou investigar mais a fundo até onde ia a "fixação" do velho pelos seus belos pezinhos pequenos. A massagem que o valho fazia nos pés de Mariana prosseguia, enquanto conversavam.

" Desculpe se estiverem com chulé, hoje está fazendo muito calor."

"N-Não tem pobrema Mari..."

"Eles estão com chulé?"

"Não tô sentindo nada" - mentia o velho Adamastor: o cheiro dos pezinhos suados de Mariana - recém tirados da sapatilha -  exalava em volta, e o velho sentia. Sentia mas estava adorando, para ele era como um perfume tão gostoso daqueles que havia muito tempo que não havia sentido o cheiro. Tanto tempo, que ele não poderia lembrar quando, em sua longíqua vida, havia sentido um perfume mais agradável do que aquele que vinha dos pés da estudante Mariana.

Ela, por sua vez, continuava a se divertir com a situação:

" Como não está sentindo? Eu caminhei tanto hoje nesse calor e suei, estou sentindo daqui..."

O velho gaguejava e não sabia o que responder.

"É... Mas não tem problema."

"Não tem problema?"

"Não..."

"Até que é bom o cheiro, né?" - astuta, ela perguntava como quem era inocente.

O velho titubeou, mas respondeu: " É sim.."

Mariana ria. E, então, indagou com um falso ar de suspresa: "É sério que é bom?"
Ela estava manipulando o pobre e ingênuo velho de maneira magistral,  e ele gaguejava atrapalhado quando notava que caíra em contradição, contradição que ela conduzia o velho a cair, e ela mesma acusava a contradição logo em seguida.

" Como pode ser bom o cheiro do meu chulé?" Ela ria-se muito. "É sério isso, Seu Adamastor?"

O pobre velho consternado, nada pôde responder, apenas continuava com a massagem nos pés de Mariana.

Ela não se cansava, e então colocou o seu pezinho perto do nariz do velho, de maneira que ele chegava a tocar sua boca e nariz.

"Cheira, me diga se é bom mesmo?"

O velho tentava disfarçar, apesar de estar com muita vontade de cheirar, não o fez. Ele estava tentando se controlar. Apenas disse, então, com uma voz que parecia não querer sair da garganta: "Não é ruim não" .  A manipuladora ria ainda mais com as repostas do velho.

Mariana, versada que era na traissoeira arte da manipulação, continuava a azucrinar a cabeça do pobre velho cansado: " Fala a verdade, Seu Adamastor, meu pezinho é muito cheiroso, né,?"
Mais uma vez ela levava o pé ao nariz do velho e ordenava que cheirasse e dissesse se era bom mesmo o cheiro de seu pezinho. Ele, sem inalar, apenas confirmava que era bom. Ela insistia: "Como sabe que é bom se o senhor nem cheirou?" E continuava a rir. "Cheira, faz assim:" E respirava fundo para demosntrar ao velho como ele deveria fazer. "Vai." Ele, então, finalmente, respirou fundo com o pezinho de Mariana em seu nariz. O cheiro que adentrava com intensidade suas narinas e seu pulmão causava uma imensa sensanção de prazer no velho, que fazia seu velho coração bater mais rápido, e fazia-o arrepiar, sensações essas que ele não sentira há um longo tempo, ele nem poderia lembrar exatamente há quanto tempo. "De novo vai." E inspirava novamente , demonstrando como o velho deveria fazer. E assim ele fazia. Ela ria-se. "Mais uma vez." Novamente ela respirta fundo, dando o comando para o velho fazer o memso. E ele fez novamente, fechando os olhos, em transe.

Boba era uma coisa que Mariana não era, e aquela situação já foi mais do que bastante para que ela percebesse que o velho adorava o cheiro do seu pezinho. Ela não parava de rir, e de se divertir muito com aquela situação. "Então meu pé é bonito e cheiroso, segundo o Seu Adamastor, correto?"

"Correto."

"Então dá um beijinho neles ué." - ela não parava de rir. E ele deu um beijo no seu pé. "Nos dois, dê vários beijos nos meus pezinhos." O velho então, passou a beijar seus pezinhos, alternava beijos entre um pezinho e outro da estudante. Segurava os pés da jovem com tal cuidado e carinho, como se fossem duas joias preciosas que estavam perdidas no oceano, e ele, depois de anos buscando, encontrara. Ela percebia isso e achava aquilo de certa forma meigo.

"Ah que lindinho. Seu Adamastor, eu gosto muito do senhor. O senhor é muito gente boa."

"Brigado." Ele estava adorando aquela situação. Situação, que  não era apenas o auge do seu dia, mas talvez o ague da sua vida inteira.

E Marina ia ainda mais longe: "Bom, meus pezinhos são bonitos e cheirosos, mas será que tem um gosto bom?"

O velho olhou para ela, e ela  deu um belo sorriso. O velho perguntou: "Como assim?" Ela respondeu colocando o pezinho na frente da boca do velho: "Abre a boca." Assim ele o fez, e ela colocou seu pé dentro da boca do velho. "Sinta o gosto. Chupa meus dedinhos." O velho lambia a sola e chupava os dedinhos suados de Mariana, um gosto salgado na boca, porém mais doce do que qualquer outro doce que o velho já experimentara em sua vida, mais doce do que qualquer doce de dona Lourdes da cantina. O velho lambeu a sola e chupava os dedos dos pés da moça como se fosse a melhor coisa que provou em sua vida.

Então, ele perdeu a timidez e a vergonha e confessou à estudante, nesse momento sem medo, sem pensar em perder o emprego ou acontecer qualquer punição contra ele. Nem sem emprego,  nem nada, nem todo o trabalho que havia feito na vida era mais importante do que sentir o gosto divino dos pés suados de Mariana. E então, tirou o pezinho dela de sua boca de maneira bem delicada, e com a voz trêmula e fraca confessou:

"É o melhor gosto do mundo Mariana, muito obrigado, é o melhor cheiro mundo, seu pezinho é a joia mais preciosa que já encontrei na minha vida. Muito obrigado por me proporcionar isso. Eu não tenho como agradecer."

Ela deu um belo sorriso e disse ao velho "Por nada, Seu Adamastor."

E então ordenou a ele: "Deita aí no chão, deita de barriga pra cima."

Ele obedeceu. E ela continuou: "Já que acha meus pés bonitos e  gosta do cheiro e do gosto dos meus pés, te agradecendo pela massagem, que eu adorei, vou deixar você admirá-los mais de perto." E falando isso, colocou os dois pés na cara do velho que estava deitado no chão. O cheiro ainda estava forte e ele cheirava com gosto. O velho, nesse momento era transportado a uma outra dimensão alheia a ele, e sentindo sensações que não sentia no seu dia-a-dia. É seguro afirmar que ele saíra do seu purgatório habitual e estava agora no paraíso. A felicidade do pobre velho era tanta que naquele momento ele não era mais um pobre velho. Apenas um velho feliz. Foi tanta felicidade que seu corpo não resistiu.

                                              FIM

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quarta-feira, 2 de maio de 2018

Corridinha.

Passar uns dias de feriado no litoral nunca foi algo que me agradasse muito. Me chamo Sílvio, tenho  21 anos, nunca gostei de atividades esportivas, de correr, de jogar bola, de nadar, nada disso. Sempre gostei de ficar em casa jogando videogame. Tenho um tipo físico franzino, extremamente magro, meu cabelo é grande e totalmente despenteado, meu rosto é feio e não sou nem um pouco atraente. Não gosto de sair, prefiro sempre ficar em casa. Mas neste ano meus pais  resolveram viajar para o litoral para passar uns dias, e eu fui também.

Chegando lá, nada de muito legal aconteceu, fomos às praias, mas eu nem entrei no mar, não  gosto daquela água salgada e daquela areia, tudo isso é muito chato para mim. 

Quase findado mais um daqueles dias tediosos, resolvi sair do hotel e ir sozinho em  um passeio pela praia à tardinha, até que cheguei em um local um pouco movimentado da cidade, onde havia um campinho pequeno de futebol duas traves na areia, ninguém estava lá jogando entretanto. 

Até que avistei uma linda menina caminhando na areia da praia com roupas apropriadas para exercícios físicos. Ela estava descalça e carregava um par de sapatos e meias nas mãos. Estava com uma roupa azul escura e um shortinho azul claro. No instante que avistei aquela menina,  congelei, fascinado com sua beleza,  sensualidade e com a maneira elegante e metida que ela tinha. 

Era loira, cabelo liso e preso, tinha um rosto angelical. Era alta, atlética. Tinha um corpo escultural e  uma bunda enorme e empinada que parecia saltar pra fora daquele shortinho azul que ela
vestia -  cobrindo aquelas nádegas lindas fortes, saudáveis e imponentes -  e que estava tão apertado que parecia a qualquer momento arrebentar. Coxas grossas, cintura fina  e um lindo par de seios. A paixão dela pela prática de exercícios físicos se fazia evidente em seu belo corpo.

Eu paralisado, apenas observava aquela sereia passar, ela que estava tão perto de mim e ao mesmo tempo tão longe. Tão distante de sequer olhar para uma pessoa desinteressante e nada atraente como eu.

Ela caminhou para perto de uma das traves do campinho e colocou seu par de sapatos e meias lá, no meio da areia. Depois passou a dar  uma corridinha de leve em volta do campinho. Eu observava tudo paralisado, enfeitiçado pela sua beleza. Não sabia o que fazer.

Resolvi caminhar vagarosamente, passo por passo, para perto das traves onde estavam os sapatos dela. Chegando lá , observei-os.

Tratavam-se de um par de Alpargatas pretos com as plataformas brancas e duas meias cinzas que pareciam ser bem velhinhas, tinha um pouco de areia na parte de fora e de dentro dos sapatos e nas meias cinzas velhas.

Resolvi sentar-me ao lado daquele par de sapatos e meias velhas enquanto observava a bela menina que eu não sabia o nome, nem de onde vinha, nem o que fazia da vida a correr devagar em volta do campinho, estava dando uma corridinha de leve.

Seus pés descalços branquinhos estavam cobertos de areia. Eu poderia notar, mesmo de longe, a beleza de seus pés, os dedinhos pequenos todos cobertos de areia, assim como as solas e os  arcos curtos  - que sugeriam ser 35 ou 36 o tamanho daqueles pés angelicais - cobertos de areias eram uma visão que me hipnotizava, me enfeitiçava. Eu sonhava em limpar os pezinhos cobertos de areia da moça com a minha língua e boca. Para mim eram pezinhos branquinhos à milanesa. 

Eu olhava aquele par de Alpargatas e meias, e meu instinto primeiro era agarrá-las e cheirá-las. Cheirar as meias e a parte de dentro das Alpargatas, mas elas não eram minhas e eu não tinha autorização da dona para fazer isso, por isso ela poderia me achar um tarado, um louco,  e armar a maior confusão. Eu não podia fazer aquilo. Não o fiz.

Fiquei, então, sentado ali, apenas olhando aqueles sapatos e meias parados do meu lado, e  eventualmente,  mirava meu olhar na direção da bela musa que estava  ao redor do campinho de areia, dando uma corridinha. De leve. Pensei comigo mesmo que aquela corridinha era apenas um aquecimento ou algo do tipo, ela deveria estar acostumada a praticar exercícios de muito maior intensidade, quem saber jogar vôlei, nadar, correr, andar de patins ou de bicicleta.

Eu estava gostando de ficar ali, na verdade, aquela foi a melhor parte da minha viagem. Eu poderia ficar ali por horas,  observando ela correr, na companhia daquelas  Alpargatas e do par de meias cinzas velhas cheias de areia, e certamente, de um cheiro maravilhoso.

Ela caminhava em volta do campinho, passando por detrás das duas traves, neste momento ela estava de costas para mim, não podendo ver-me. Encostei mais perto dos pertences da moça, peguei uma das meias e pus imediatamente no meu nariz.

Estava com um leve perfume de suor exuberante,  que me fez fechar os olhos e deleitar-me com aquele maravilhoso aroma que adentrava meus pulmões. Entretanto,  a aproximação dela ao canto do campinho  tornou efêmero meu momento de prazer, pois ela poderia notar o que eu estava fazendo quando estivesse de lado pra mim, na trave ao fundo. Tive de esconder a meia dentro do meu punho cerrado, e esconder a  minha mão. Ela continuava a correr. Então, disfarçadamente, coloquei a meia em um dos bolsos da minha bermuda e toda vez que ela não estava vendo cheirava aquela meia velha que estava com o aroma maravilhoso de seu pé.

Passaram-se mais algumas voltas  e eu estimava que logo ela iria terminar a corridinha, foi então que retornei a meia ao lugar onde ela, de direito pertencia, mas continuei sentado ali admirando as Alpargatas, e vontade não me faltou de agarrá-las, ver o número que tinha nas solas, e cheirar a parte de dentro delas, mas com certeza seria notado.

Mais duas ou três voltas, não sabia precisar  - pois apenas olhava para a minha musa, enfeitiçado, encantado - ela daria em torno do campinho. Terminadas essas voltas, ela se aproximava caminhando agora, em direção aos seus pertences, eu apenas admirava a moça e admirava seus belos pés.

Ela então aproximou-se de seu par de sapatos e meias, e eu congelei, não sabia qual seria a  atitude que teria de ter. Conforme ela já abaixava para calçar as meias e sapatos, me ocorreu que ela já estava indo embora, e eu não teria outra chance de falar com ela.

"Oi." - eu falei olhando para ela.

Ela olhou para mim. Foi então que pude notar seu  belo rosto mais de perto. Ela tinha um belo par de  olhos claros cor de mel. Conforme ela olhava para mim, senti vergonha,  pois o que ela poderia achar de uma pessoa tão feia, franzina, e com um cabelo grande e despenteado.

"Oi." - ela respondeu.

Sem saber o que dizer mais, eu disse a única coisa que me veio à cabeça:

"Dando uma corridinha aí em volta do campo né?"

"Sim."

" Seus sapatos e meias estão sujos de areia, né?"

"Pois é, vou ter de lavar depois."

" Você mora aqui na cidade?"

"Não."- ela disse, sem emendar mais nada. Notei que ela não estava muito afim de conversa. Como poderia estar? Um conversa tão sem graça, partindo de alguém tão sem graça como eu.

" Você é linda!"

"Obrigada." Disse ela, de maneira seca, sem expressar nem uma emoção.

Sem saber o que fazer,  o que dizer,  eu disse a única coisa que eu poderia dizer, que eu desejava.

"Deixa eu beijar seus pés?"

Ela olhou para mim com uma cara de espanto e  logo após começou a sorrir. Eu insisti: "Por favor!", depois emendei "Por favor, você é linda. Muito linda, deixa eu beijar seus pés."

Ela apenas esticou o pé na minha frente,  e disse sorrindo "Está cheio de areia."

Ao ver o pezinho esticado na minha frente e o consentimento da musa desconhecida eu apenas pude explodir por dentro de alegria, agachado que já estava, me abaixei em direção ao seu pezinho e dei um beijo. Dois. Três. "Obrigado." Quatro. Cinco. "Obrigado."  Ela disse então para beijar o outro e esticou a perna em minha direção, eu beijei o outro várias vezes. Ela disse sorrindo e debochando:
"Estão sujos de areia!" Eu respondi: "Eu limpo eles pra você". Ela começou a gargalhar, e eu apenas dizia " Por favor! Deixa eu limpar eles. Por favor." Ela respondeu : "Tá bom, pode  limpar."
Eu então, comecei a tirar a areia deles com as mãos, depois tirei minha camisa rapidamente e comecei a usá-la para limpar os pés dela. Ela ria muito. Eu passava minha camisa na sua sola e entre os dedinhos, removendo toda a areia dos pezinhos de minha musa e transferindo-a para minha camisa que ficou cheia de areia. Foi então que ela disse sorrindo, em um tom de deboche:

 " Por que você não limpa com a língua?" Eu não acreditei no que ouvi. Meu coração acelerou e eu gelei.  Foi que então, após dizer baixinho, as palavras quase não saindo: "Tudo bem..." , comecei a  lamber o pé dela na parte de cima. Ela gargalhou como nunca, ela não esperava que de fato eu fosse limpá-los com a língua. Ela dizia entre risos pra si mesmo "Não acredito, gente...." E continuava a dar aquela gargalhada que só me deixava mais excitado. Ela olhou então para baixo e disse: "Limpa os dedinhos também!". Nesse momento ela enfiou o pé na minha boca, dando muita risada, eu explodi por dentro estava delirando com aqueles dedinhos maravilhosos em minha boca, passava a língua neles para tirar a areia, e ia  engolindo a areia que saíam dos divinos pés de minha musa desconhecida e delambida.

Depois ela tirou os pés da minha boca e mandou que eu terminasse de limpar com a camisa e secasse a minha saliva também. Terminada a limpeza, era notável como a areia havia saído de seus pezinhos. Ela disse, sorrindo: " Olha aí, muito bem!". Foi então que sem pedir dei mais um beijo no seu pé esquerdo,  e cheirei uma de suas meias. Ela não parava de rir. Eu disse:

"Posso calçar suas meias em seus pés se você quiser. Mas eu queria, se fosse possível ficar com uma delas.Eu adoro suas meias."

"Pode sim meu escravinho" - ela disse de maneira extremamente debochada. "Tenho certeza de que será um prêmio e tanto pra você, e que você ficará muito feliz com elas. Será como um troféu pra você, coloque elas na sua sala."

Eu disse olhando pra cima, para o rosto dela, que me encarava: "Muito obrigado, muito obrigado mesmo."

"Agora calce os meus sapatos."

Assim o fiz, calçando as Alpargatas com toda delicadeza do mundo nos divinos e maravilhosos pés da mulher linda e maravilhosa que estava a minha frente. Terminada minha tarefa de calçar a minha musa eu olhei pra ela  e disse:

"Muito obrigado. Foi a honra da minha vida. "

"Por nada escravinho." ela disse em um tom bastante debochado.

"Posso perguntar seu nome?"

" Não precisa saber meu bem, agora vou indo, tchau" - novamente com tom debochado ela se despediu de mim e foi embora.

Levantei-me, notei que minha cueca estava toda melada, não poderia estar mais feliz. Pensei comigo mesmo que aquele momento que passei no campinho fez toda a viagem valer a pena. Coloquei a meia no nariz, estava com um cheirinho de chulé dela ainda, que enfraqueceria aos poucos até desaparecer.  Guardo as meias dela até hoje, daquela moça que não sei quem é , não sei muito a respeito dela, exceto pela sua paixão por esportes.

FIM.


sábado, 15 de agosto de 2015

Na escola III

Assim foram os ocorridos daquela tarde, depois disso ficou uma icógnita em minha cabeça.
Eu não sabia como seriam as coisas daqui para frente. Como seria na escola, se ela contaria para os outros, se me usaria de refém. A preocupação com o que poderia acontecer  dominava meus pensamentos. A experiência que tive na casa da maravilhosa Bianca fora maravilhosa, mas na vida temos outros interesses que não são adorar os pés da princesa.  Temos uma vida familiar, uma vida social. Eu tenho as minhas obrigações na escola.

Ela poderia revelar a minha loucura e destruir toda a minha vida social. Eu estava muito preocupado, não sabia o que fazer.

Mas ela permanecia a mesma, conversava comigo como se nada tivesse acontecido, e eu continuava me comportamento da mesma maneira. Mas a aflição de ter minha vida social destruída ainda tomava conta de mim. Resolvi então conversar com ela.

Depois da aula de geografia na quinta, tive a oportunidade de ir conversar com ela. Era muito difícil ela ficar só, ela estava sempre acompanhada de amigas. Mas naquela quinta-feira, depois das duas últimas aulas de geografia ela estava sozinha. No momento que iria falar com ela, meu coração protestava contra a minha decisão, batendo mais forte: não havia tocado naquele assunto. Mas eu sabia que precisava falar.

"Bianca..."

"Sim?"

"Eu pre.. Eu preciso falar com você!"

"Diga.."

Ela falava com uma tranquilidade enorme que contrastava com meu nervosismo.

"Você não vai falar pra ninguém aquilo que aconteceu com nós, né?"

"O quê? " Ela deu um sorriso sádico, é claro que ela sabia do que estávamos falando, mas queria que eu repetisse. Queria que eu repetisse do que se tratava a situação em questão.

"Eu beijando seus pés..."

"E o que mais?"

"Você sabe..."

"Não sei..."

"Eu dizendo que quero ser seu servo, fazer todos os seus desejos..."

Ela riu. "Não, não vou falar pra ninguém, pra quê? O que eu ganho com isso... Isso ficará entre nós apenas..." A afirmação de Bianca me deu alívio, pelo menos por um tempo.

"Vá hoje em minha casa, quero que você seja meu escravo de novo... Quero você fazendo tudo pra mim, quero você aos meus pés"

Meu coração acelerou, comecei a pensar na possibilidade de acontecer tudo que ela havia falado e meu orgão começou a dar sinais de vida. Eu temia que se eu cedesse à tentação, ela poderia mudar de ideia e falar com outros sobre o que havia acontecido. Eu me sentia mal por isso também porque havia sido rejeitado amorosamente pela Bianca, e meu orgulho também  tinha sua voz de influência nas minhas decisões.

Sem pensar muito, e com o instinto de cuidado e zelo pela minha imagem, vida social e orgulho, disse:

"Não,  não quero... Obrigado pelo convite, mas não vou."

"Por que não?"

"Por que você não quer nada comigo, não quer ser minha namorada, eu não vou ficar lá fazendo o que você quiser pra você... Você não me quer, tudo bem, mas a minha vida anda pra frente, não posso ficar preso  a você, a seus pés..."

Obervei  a reação dela, que me olhava com uma expressão interrogativa, acompanhada de um silêncio. Meio que para completar sem pensar muito no que disse, emendei: "Desculpe, nada contra você, mas espero que me entenda..."

Ela apenas disse, "Tudo bem..." Virou de costas num gesto de indiferença e foi saindo sem olhar pra trás.

Naquele momento, senti que acabei de fazer uma grande besteira.

Cheguei em casa, com aquele sensação de que eu era um idiota e havia perdido uma grande chance. Porém, minha razão me dizia que eu não deveria pensar sobre isso, pois havia tomado  a decisão certa.

Assim comecei aquela tarde de quinta-feira, tentando evitar esses pensamentos, tentando colocar na minha cabeça  que eu fizera a coisa certa. Almocei e depois fui tentar distrair a cabeça.

Porém, mais tarde começou a bater uma solidão enorme. Deitei no sofá, e inevitavelmente deixei os pensamentos inundarem a minha cabeça. Os pensamentos eram a respeito do que aconteceria se eu tivesse na casa da Bianca conforme o convite dela. Pensamentos que ocorreram desde que recusei seu convite. Eu pensei em como seria se eu estivesse lá, servindo minha deusa, fazendo tudo que ela mandasse. Servindo minha deusa Bianca, como ela merece! Imediatamente comecei a me sentir o maior idiota do mundo por ter deixado essa chance passar e por não estar cometendo essa terrível blasfêmia de deixar de servir  a minha deusa Bianca. Senti-me um herege maldito, me sentia culpado com toda essa situação.

Aquela tarde de quinta-feira feira passou assim, com eu pensando em como poderia ser se eu estivesse lá, no lugar que eu deveria estar, aos pés da minha deusa... Pensando na oportunidade que eu perdera. Tentava evitar a imagem que vinha constantemente  em minha cabeça, de mim abaixado enquanto ela sentava no sofá, eu massageando os pés dela. Tudo isso passava pela minha cabeça.

Sexta-feira chegou, e eu na escola via  a minha deusa Bianca de longe conversando com suas amigas.
Mais uma vez,  quando ela me via fingia ignorar como se nada tivesse acontecido, nem um sorrisinho, nem um olhar diferente de deboche, e para minha felicidade ela continuava mantendo silêncio a respeito de todos esses acontecimentos. Eu pensava se deveria falar com ela, se deveria pedir para servi-la, talvez pedir seu perdão... Mas novamente toda aquela sensação de estar fazendo algo errado, de estar arriscando toda minha vida social vinha, e me impedia de fazer o que eu queria, me impedia de ser eu mesmo. De ser quem eu era.

Quando vi a deusa Bianca sozinha, a ansiedade  que me dominava se fazia presente através das minhas reações corpóreas: meu coração batia mais forte; sentia um frio na espinha; suava.

Passei o final-de-semana tentando esquecer o convite da minha deusa, tentando não pensar em como eu estava querendo muito aceitá-lo. Foi uma tentação muito grande. Eu tentava pensar em outras coisas, que nem me lembro mais o que era, mas não conseguia.

Começou a semana e eu estava resolvido a tomar uma decisão em minha vida. Precisava ou esquecer de vez tudo que passou ou me entregar de vez a esses desejos. Mas o que eu queria mesmo era a segunda opção. Passei a considerar seriamente a possibilidade de procurar a minha deusa Bianca, e perguntar se ela ainda queria que eu servisse-a. O fato dela ser discreta e não ter contado nada a ninguém me dava coragem para procurá-la.

Os dias da semana passavam e ela não ficava sozinha,  eu não tinha oportunidade de falar com ela, mas a verdade é que mesmo se eu tivesse não sei se iria ter coragem!

Até que chegou quarta-feira, aula de educação física, e como sempre eu estava na sala de aula, até que eu tinha conseguido devanear por outros bosques, e tinha esquecido a minha deusa Bianca, consegui guardar todos esses acontecimentos em um pequeno espaço em minha mente e administrar aquela terrível tentação. Tudo estava bem.

Continuava dentro da sala de aula nas duas últimas aulas de educação física daquela quinta-feira, quando de repente me vejo pensando na deusa Bianca  de novo... Consegui conter esses pensamentos e pensar em outra coisa. Estava tudo bem novamente.

Passados alguns minutos resolvi sair no pátio para tomar um ar fresco, quando vejo a deusa Bianca, sozinha, encostada em uma parede.

Fui falar com ela.

"Oi"

"Oi", ela olhou rapidamente para mim e desviou novamente o olhar, começou a mexer  em seu celular.

"Eu... eu queria falar com você"

"Você já está falando" Ela como sempre demonstrava uma calma que para mim era incrível.

Peguei a mão dela, ela olhou para mim.

"Eu me senti mal por não ter aceito seu convite uma semana atrás. Ele ainda está de pé?"

Ela olhou para mim e disse: "Não."

Virou-se e foi embora. Nesse momento uma onda de tristeza bateu em mim. Ela ia andando quando eu gritei: "Espera!"

"O que foi?" Ela se virou. Eu fui até ela.

" Me desculpa... por favor!" Meu coração começou a bater mais forte. Olhei ao redor, ninguém estava lá. Então, prossegui. "Me desculpa por não ter aceito o seu convite semana passada." Me ajoelhei e comecei a beijar a mão dela. "Minha deusa,  eu imploro, me perdoe, eu quero muito te servir, é o que eu mais quero na vida, sou seu escravo." Fiquei excitado, estava aos pés da minha deusa, adorando-a, fazendo o que no fundo meu coração ansiava por fazer. Aquele era meu lugar. Comecei a sentir o perfume dela e o calor da presença de seu corpinho batia em meu rosto. Ela estava tão perto de mim, e eu me sentia no paraíso, não podia haver nada melhor na vida.  De onde estava eu via  as curvas de sua cintura fina, seu corpinho em formato de violão. "Por favor... Eu estava com medo, com medo de você contar para as pessoas, e isso iria arruinar minha vida..." Eu tentava justificar minha injustificável blasfêmia.  E continuava a implorar. "Por favor! Por favor! Meu lugar é a seus pés deusa! Te servindo, é o que mais quero na vida!" Dava vazão a essas palavras que saíam do fundo do meu coração, eram verdadeiras. Ela riu, começou a se afastar, a crença de que eu não mais teria minha deusa para adorar começou a surgir, mas logo foi descartada pelas suas palavras: "Esteja em minha casa hoje, duas horas."

Voltei para casa me sentindo nas nuvens, almocei e esperei até o horário marcado me sentindo da mesma maneira.  Contava os minutos para chegar a  hora de ir à casa de minha deusa.

Chegando lá, bati na porta e esperei pacientemente, não queria bater de novo e parecer mal-educado ou impaciente, poderia irritar minha deusa. Ela veio até mim, e me recebeu com um sorriso.

"Entra Bernardo." Entrei. Ela pergunta: "Como está?"

"Bem e você?"

"Tudo bem... Vamos lá pra  dentro... Senta lá no sofá." Ela estava usando uma mini-saia branca com uma roupa vermelha, ela estava com uma sandália rasteirinha, com a unha dos pezinhos pequenos tamanho 36 pintadas de branco. "Aliás, no sofá não, senta no chão na frente do sofá." Fui em direção a sala e me abaixei de frente para o sofá conforme ela havia mandado, mal podia acreditar que aquilo estava acontecendo, meu coração batia muito aceleradamente.

Ela veio, sentou no sofá, e mandou que eu deitasse. Apoiou as rasteirinhas em minha bariga.

"Não conseguiu resistir  a sua deusa não é meu escravo? Eu fiquei muito chateada com você porque você  me rejeitou da primeira vez. Você me deixou muito triste."

"Perdão... Perdão minha deusa! Eu não vou mais fazer isso!"

"Então você é meu escravo? Fará tudo que eu quiser, e me adorará?"

"Sim deusa" Eu estava no paraíso, mal podia acreditar, aquilo era um sonho pra mim, estava me sentindo plenamente feliz de estar ali aos pés da minha amada deusa Bianca, aquela era a vida que eu queria para mim, se eu pudesse me esquecer de todos meus amigos, toda minha relação social e ficar a vida toda na casa da Bianca, sem mesmo sair na rua, apenas esperando ela voltar para servi-la, sempre que ela quisesse. "Deusa, esse é a maior honra da minha vida, eu juro que nunca me senti tão feliz por estar aqui debaixo de seus pés, onde mereço, cumprindo suas ordens, fazendo todas as suas vontades, essa é a vida que quero para mim!" Nesse momento pensei no orgulho que sentira da vez em que pedi ela em namoro na escola, me senti rejeitado e meu orgulho me mandava não mais adorá-la e nem tratá-la por deusa,  lembrei até mesmo da raiva que sentira, nesse momento tudo havia passado. Ela riu com minha declaração de servitude.

"Tira minhas sandálias... com a boca! Vai meu cãozinho! Tira a sandalinha de sua deusa!"

Eu, morto de tesão, se é que se morrer de tesão, levantei meu pescoço e removi com minha boca a rasteirinha do pé direito de minha deusa, repeti o procedimento com o pé esquerdo e ela ria deliciosamente, sua risada era o canto mais belo da sereia,  eu cerrava minha boca para segurar a pequena sandalha branca e removê-la de seu pezinho, eu era como o pescador imprudente atraído pelo seu canto, se ela iria me devorar no final, eu não sabia. Eu continuava ali abaixado, ela colocou a sola do pezinho esquerdo, na parte da raíz dos belos dedinhos, logo abaixo do meu nariz e apoiado na minha boca. Eu fechei os olhos ao sentir a maciez transcedental de seu pezinho que tocava minhas narinas, meus lábios e o meu queixo, respeirei profundamente, ela olhava pra mim e ria, ela estava gostando, ela não estava com chulé, seus pés não estavam cansados e nem suados, eu sentia aquele cheiro divino de suas solas misturados com perfume de creme.

Abri os olhos e vi que ela estava olhando pra mim, em seu  lindo semblante, a alegria e a serenidade daquele momento estavam estampados, foi aí que a idéia de que ela poderia estar gostando daquilo me surgiu tal qual uma brisa repentina em um dia calmo e ensolarado. Se ela se sentia poderosa, amada, desejada, se aquilo afagava o seu ego feminino adolescente, eu não sabia dizer. E não sei até hoje. Ela estava gostando, isto é fato. Eu começava então, a beijar a sola de seu pé esquerdo, enquanto ela apoiava sua perna direita em meu ombro esquerdo para descansar.

Eu beijei apaixonadamente a sola de seu belo pezinho esquerdo. Beijava com a devoção  que tem um escravo à sua rainha. Eu podia sentir a maciez de sua solinha em meus lábios e o cheiro suave de sua solinha em meu nariz.
 
Minha respiração tornava-se mais ofegante conforme meu phalus ia avolumando-se dentro de minhas calças. Parecia que iria rasgá-las. Podia sentir a sola de seu pé em minha boca pedindo para ser lambida, clamando por minha língua. O receio da reação de Bianca mantinha minha língua quieta dentro de minha boca, mas a ânsia de entregar-me em lambidas à solinha perfeita de Bianca era cada vez maior.

Continuava beijando muito a sola da adorada Bianca, que continuava a sorrir e a apreciar aquele momento. Diminuía o intervalo entre meus beijos, cada vez mais frequentes, até que eu não pude mais resistir. Começava a roçar a sua solinha com minha língua, primeiro tirmidamente, sentido o sabor de sua maravilhosa sola. Ela tinha percebido o toque de minha língua e, em um sobressalto, assutada começou a observar. Foi o suficiente para minha língua conter-se. Passava, então, a beijar pausadamente a sua sola, demorando mais entre os beijos.

Passado o susto, ela olhou pra mim e sorriu.

"Você realmente gosta de pés não é Bernardo?"

Minha faringe fechou-se em agonia, enquanto eu distanciava-me de sua solinha, interrompendo a maravilhosa sessão de beijos. Eu fiquei em silêncio.

Foi então, que, delicadamente tomei o seu belo pezinho esquerdo, e sem olhar para ela, sempre olhando pra baixo, comecei a distribuir beijinhos vagarosamente e entre um e outro beijinho, murmurei: "Sim". "Eu gosto de seus pés."

Ela não disse mais nada. Pude escutar um leve riso. Foi então que não mais hesitei, e sem me importar com as consequencias, deixei minha língua lançar-se para fora e tocar seu calcanhar divino, subindo pela sua solinha, acariciando-a, até tocar os seus dedinhos. Não quis esperar sua reação, posicionei novamente minha língua em seu calcanhar e repeti o processo. E o fiz pela terceira vez. Quarta. Quinta.

Ela olhou pra mim, mas eu, envergonhado que estava, não retribui seu olhar. Ela parecia assustada no começo, mas depois, seu tímido sorriso mostrou que ela começava-se a acostumar com a idéia, da mesma formas que as mulheres podólatras, antes de apreciarem a podolatria tiveram um momento de susto para depois se acostumarem.

Ela sorria enquanto eu lambia a sua sola. Chupava o seu doce e mimoso calcanhar, beijava-o. Minha língua passeava em sua sola, explorando mais tarde entre seus dedinhos, sentindo o gosto forte de suor entre os seus belos dedinhos. Depois chupei o seu dedão.

Este último parágrafo resume  o que foi aquela deliciosa tarde de servidão à minha deusa Bianca.
Naquele momento,  tudo a minha volta parecia, de repente, desaparecer. Eu não estava mais aflito. Não me importava mais com o que iriam pensar. Eu estava plenamente feliz. Servi-la era tudo o que importava.

                                                    FIM.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Na escola II

A imagem dos ocorridos daquela quarta-feria ficou para mim como uma doce lembrança daquele final de manhã maravilhosa, e os momentos após os ocorridos na sala de aula como uma amarga lembrança. Fiquei preocupado com o que poderia gerar tudo isso para minha vida social. Mas tentei me apegar ao fato de que ela não demonstrou reação nem uma depois, e que se ninguém veio me zoar,provavelmente ela não deve ter contado a ninguém! Isso me confortava e me ajudava a pensar naquele dia como um dia em que algo de bom aconteceu, e em seus ocorridos como uma deliciosa lembrança de deliciosos momentos aos pés da minha Bianca.

Já se passaram 15 dias,  e ela nem tocou no assunto e nem me olhou diferente. Parecia que nada aconteceu. Estava no final da aula de matemática. Era uma segunda-feira, as aulas de matemática eram as últimas. Ela, diferentemente dos outros dias estava separada de suas amigas. Todos saíram. Eu estava pensando nela, e olhando pra ela. Nem via o que eu estava fazendo. Todos saíam. Eu saí também. Quando de repente, lembrei que esqueci do meu estojo quando eu estava na porta do colégio. Voltei à sala para pegar. Lá estava ela. Logo quando entrei, ela estava colocando suas coisas na mochila. Ela olhou pra mim diretamente, eu paralisei, senti gelar.

Ela parecia triste, mas quando me viu deu um sorrisinho. "Oi Bernardo!", e eu com a voz trêmula "Oi Bianca!". Ela, então disse "Me ajuda arrumar minhas coisas?". E eu disse: "Claro!". De cabeça baixa, sem ter coragem de olhar pra ela caminhei em direção a ela. Não sabia o que estava acontecendo. Claramente, não havia necessidade de arrumar as coisas pra ela. Só faltava um caderno.

Quando encostei perto dela,  a minha princesa sentou na cadeira, jogou a mochila e o caderno no chão. Eu me abaixei lentamente para pegar, pensando em quão nobre era aquele meu simples gesto de abaixar para pegar suas coisas! Em como era delicioso estar ali feito um escravinho, abaixando para cumprir as "ordens" dela sem questionar. Imediatamente fiquei excitado com aquilo. Peguei sua mochila,  coloquei o caderno dentro, fechei. Fiz tudo isso lentamente, pois queria que aquele momento durasse bastante.

Quando eu ia levantar a cabeça e depois levantar para entregá-la a mochila, senti algo em minha testa.
Ela estava apoiando a ponta do seu all-star em minha testa."Você gosta de fazer tudo que eu mando, né? Mesmo coisas desnecessárias... Você gosta de mim?" Nesse momento, senti um frio extremo na minha espinha. Não sabia o que dizer. Confessava meus sentimentos ou preservava minha reputação?
Decidi pela segunda: "Gosta de você? Como assim? Eu estava sendo gentil, você me pediu..." Não pude continuar mais, ela me interrompeu: "Você sabe, não se faça de bobo, você gosta de mim, você é apaixonado por mim, você me ama!" Eu  senti aquele frio na barriga, e ainda muito exctiado disse um tímido "Sim". Ela começou a rir "Que gracinha!" Tirou o pé da minha testa. "Me dá minha mochilinha Ber...." Não podia acreditar, ela estava me chamando carinhosamente. Ninguém nunca me chamou assim na escola. Era apenas pelo meu nome ou por xingamentos. Ela se levantou e disse "Vamos?" Eu me levantei e fui. Nem peguei meu estojo, nem lembrei. No caminho ela pensou: "Ah, você poderia levar minha mochila!"

Obviamente, aceitei imediatamente. Naquele momento me sentia um rei. Me senti orgulhoso de mim. Caminhei olhando pra frente, confiante, afinal estava desfilando pelo pátio, já quase vazio, pois quase todos tinham ido embora, com minha rainha do lado, levando a mochila dela! Senti-me orgulhoso de mim mesmo. Senti-me uma pessoa importante, estava levando a mochila da minha Bianca! Senti uma alegria imensa, senti que todas aquelas preocupações passaram, não ocupavam mais lugar em minha cabeça. Eu estava feliz. Muito feliz. E não queria que aquele momento passasse.

Fomos caminhando assim, passamos pela porta do colégio, estávamos na rua. Eu calado, não dizendo uma palavra, apenas quieto, pensando na alegria daquele momento. Pensando em como eu estava feliz. Quando chegou na esquina da casa rua da casa dela, ela deveria ir para um lado e eu para o outro, tomaríamos rumos diferentes. Era o momento da despedida. Já ia me preparar para dar a mochila para ela, foi quando ela disse: "Me leva até minha casa, Bernardo?". Eu não pude acreditar naquilo. Nos meus pensamentos, eu gritava, "Sim, é claro, é o que eu mais quero, seria uma honra pra mim, eu nem posso acreditar que você está me pedindo isso.." "Sim!" - foi o que respondi a ela.

Fomos caminhando até a rua da casa dela, eu levando sua mochila, me sentindo exatamente como eu descrevera anteriormente. Rapidamente chegamos a porta de sua casa.Na minha cabeça,  de seu castelo. Do castelo onde vivia a minha amada. A minha princesa Bianca. Quando ela estendou o braço, eu entreguei sua mochila. E ela disse: " Obrigada! Tchau!". Eu nem sabia o que dizer, eu estava voando, por isso mesmo, virei de costas e não disse nada, passei a caminhar pra frente. Foi quando ela disse "Espera, você não vai dar um beijinho?" Virei com uma cara de espanto, de assombração, não podia acreditar naquilo! Aquilo não poderia estar acontecendo! "Ela me pedindo um beijo?". Foi quando ela disse "Você não vai beijar meus pés?" Nesse momento, passei a entender melhor as coisas. Ela não queria nada comigo mesmo. Afinal, ela era linda patricinha, e eu  era feio, e não era popular. Passei a entender, então, que ela estava me explorando. E eu estava amando. Era uma honra para mim.

Abaixei como que num movimento de reverência, beijei seus all-star, beijei ambos. Beijei uma, duas três, quatro vezes, não parava mais de beijar. Ela ria. Ria muito. "Muito bem, continua...." Eu continuava a beijar seus sapatinhos já um pouco rasgados pelo uso. Beijava com muito prazer. Parecia que os pés dela eram uma preciosidade. Parecia que eram uma jóia da antiguidade. Na verdade, era muito mais que isso.

"Já chega! Pode se levantar." Assim o fiz. "Hoje venha em minha casa às três da tarde" Não questionei o porquê daquele pedido. Ou seria um convite? Ou uma ordem? Para mim, tudo que ela falava era uma ordem. "Tudo bem, tchau Bianca, vou chegar aí  às três."

Chegando em casa, almocei,  fui assistir televisão, fui ver as notícias esportivas, estava muito contente, afinal eu estava quase indo na casa da minha rainha, da minha princesa em questão de poucas horas. Olhei no relógio. Eram duas e vinte. Daqui quarenta minutos eu estaria lá, sabendo o que ela reservava pra mim.  A cada minuto que passava eu ficava mais alegre. Quando de repente, olho no relógio e são vinte pras três, vou me arrumar , vestir uma roupa decente, não muito bonita nem nova, é claro, porque isso também seria inadequado, algo bom mas não muito formal. Faltando dez minutos eu saio da minha casa, não quis chegar antes do horário porque ela poderia não gostar, ela havia falado três. Cheguei na casa dela, olhei em meu relógio, eram três e cinco. Bati. Chamei- a pelo nome. Pelo seu doce nome. Parei e pensei por um momento na cena.... Não poderia acreditar que aquilo estava acontecendo. Não poderia acreditar que eu estava na frente da casa dela a chamar pelo seu nome. Doce nome.

Ela veio. Veio do fundo da casa dela para a frente do portão, vinha desfilando na minha vista. Com a beleza de uma deusa, ela surgiu. Ela estava usando uma saia vermelha, estava com uma roupa branca estampada com umas letras verdes, e com o cabelo preso. Ela abriu o portão, olhou pra mim e inclinou a cabeça para a direita me olhando. Eu comecei a olhar para ela. Olhei bem no rosto dela, estava cara a cara com ela. Minha boca estava aberta, e nem percebi, estava fazendo uma cara de pateta. Estava a contemplar sua beleza e a graça de cada pequeno gesto, de cada pequeno passo, a graça e leveza de seu caminhar, do movimento que faz com os braços para  abrir o portão.

-Você não vai entrar?
-Hã?
-Você vai ficar aí parado?
-É... eu...
-Você...?
-Eu posso entrar?
-É claro né? Se eu te chamei pra vir aqui....

Entrei. Ela fechou o portão. Infelizmente não pude olhar pra ela, pensei. Ficaria muito ridículo ficar encarando ela toda hora. Ela passou por mim, foi entrando. "Vem." Foi me conduzindo para os fundos da casa dela. Eu fui atrás, olhando para ela, olhando para ela caminhar, hipnotizado por sua beleza.

- Vamos assistir televisão?
-Sim

Ela sentou graciosamente no sofá, e me convidou a sentar ao eu lado. Assim eu fiz. Depois de uns cinco minutos, começamos a conversar. Conversamos sobre a escola, sobre bobagens, sem nem um entusiasmo, ela parecia tímida, assim como eu. Eu apenas escutava e respondia, estava paralisado por aquele clima estranho. Era uma espécie vergonha mútua que pairava no ar.

Depois, ela tocou no assunto! Finalmente...

-Aquele dia você disse algo super estranho: que eu era sua princesa, você disse que gostava de mim e que gostava de meus pés, como é isso?

Eu paralisei, gelei, senti o sangue fugir das veias, cada pensamento em minha cabeça sumia. Eu não sabia o que dizer. Eu queria ser seu namorado ou queria ser seu servo?

Eu queria ser as duas coisas, porque na verdade é uma coisa só. Pelo menos assim eu pensava.

-Sim. Eu gosto de você toda.
-Mas por que dos meus pés? O que tem neles que tanto de atraem?

Eu não sabia o que explicar, na minha cabeça podolatria era uma doença, uma loucura, uma perversão. Agora eu estava louco demais, eu não sabia o que dizer. Eu queria conquistá-la, mas naquele momento passou na minha cabeça a idéia de que a podolatria era uma perversão na qual ela não acharia nada atrativo.

Na minha inocência,  tentei solucionar o problema dá seguinte forma: me estendi a frente dela com um dos joelhos apoiados no chão, ela sentada no sofá como estava. Peguei a mão dela. A doce mão dela. A mão pequena  e macia e sensível.

-Eu te amo é só isso que eu quero dizer, eu quero ser seu namorado.
-Ahhh que meigo! Diz de novo....
-Eu te amo e quero ser seu namorado minha princesa, eu quero ser seu servo, vou estar sempre presente pra quando a senhora precisar, por favor me aceite como seu namorado, eu faço tudo que a senhora quiser.
-Ahhhhh meu Deus, assim eu apaixono...

Ela sorria. Obviamente considerara um gesto romântico, carinhoso, inocente e digno de louvores.
Mas ela não aceitou ser minha namorada.

-Ah não, você é muito fofo mas não, não tenho interesse em ser sua namorada.

Abaixei a cabeça, aquela expressão de sorriso e aprovação que ela fez acendeu esperanças inocentes em meu coração. Eu era meigo e fofo, mas era feio, tímido desinteressante e motivo de chacota.
A realidade é diferente.

-Vai pegar um suco na geladeira pra mim.

Parei uns dois segundos pra pensar, mas imediatamente como que não ousasse recusar fui buscar.
Estava desapontado, não alcançara o resultado desejado. Cumpri a ordem dela para me manter coerente com o que eu havia dito. Não fazia sentido me declarar daquela maneira e depois não demonstrar o que de fato sentia. Fui na geladeira, peguei o suco, o copo. Estava me dirigindo novamente a sala. Já estava indo servir o suco para ela. Queria ir embora dali. Aquilo estava insuportável.
Sentia raiva dela.

Entrei na sala, aproximei-me e  entreguei o copo a ela, o gesto gracioso dela sentada no sofá abaixo da minha vista, estendendo a mão para receber o copo. Criatura tão bela e tão vulnerável, com gestos tão meigos trouxe novamente sentimentos puros em meu coração.  Enquanto ela segurava o copo e eu colocava o suco dentro dele, percebi o prazer de servir tão graciosa criatura. Senti algo misterioso um prazer em minha alma em servi-la, sob minha ótica não era um desejo sexual apenas, mas era algo misterioso, e mais sublime, é uma satisfação e uma solicitude que se  tem ao ajudar um pequeno anjo com a asa quebrada. Senti-me rendido pela sua formosura, e senti-me mau por ter tido raiva de um ser tão meigo e tão vulnerável.

Ela olha para mim. Eu, de pé, olho para baixo, olho para ela.

-Obrigada.

Eu me abaixo, na mesma posição que estava anteriormente.

- Não agradeça, é um prazer te servir, eu quero te servir assim pelo resto da minha vida, por favor...

Com a cabeça abaixada, reparo pela primeira vez na tarde em seus pés. Eles estavam calçados em uma sandália aberta, de cor vermelho bem claro com uma correa que separava o dedão dos outros dedos.Estavam alvos e perfeitamente limpos. Não deu tempo nem de reparar direito e ela coloca os dedãos em meu nariz.

-Você tem meus pés. Sina o cheiro deles.

Senti o sangue circular forte nas veias e o coração acelerar. Meu orgão rapidamente deu sinais de vida. O deleite vertiginoso me invadia conforme eu cheirava aquele pé maravilhoso , buscando seu aroma como o sufocado em busca de ar.

-Tira a sandália.

Eu tirei a sandália de seu pezinho esquerdo com o maior carinho do mundo. Cheirei, não estava com um cheiro muito forte,  afinal os pés dela não estavam tão suados, Rapidamente comecei a beijar, lamber os dedos e a sola. Depois enfiei os dedinhos meigos em minha boca. Ela começou a rir.
Assim foi aquela tarde.

Continua, parte III: http://contosdepodolatria.blogspot.com.br/2015/08/na-escola-iii.html









terça-feira, 16 de julho de 2013

Na escola parte I

Oi, meu nome é Bernardo, e eu sou podólatra, vou lhes contar como foi  minha primeira experiência  na podolatria. Eu estava na 7ª série, era baixinho, franzino, e nunca era notado, nunca fui do tipo que costuma ser percebido, muito menos pelas meninas.Obviamente, eu não era podólatra assumido, pois tinha apenas 13 anos, e e não ia revelar a minha sexualidade, que para mim era estranha, e doentia, além do mais era imoral e imunda, eu me achava um pervertido. Na época nem mesmo sabia da existência da palavra "podólatra". Além do mais eu já era muito zoado na escola.

Existiam, na minha classe, uma classe grande, com cerca de 30 alunos, todo tipo de meninos e meninas. Os nerds,  os que estavam sempre estudando e conversando sobre tecnologia, nunca eram notados pelas meninas e por ninguém, exceto como sendo as vítimas preferenciais de bullyng. Os populares, que tinham o tipo físico mais avantajado, se vestiam estilosamente, e faziam muito sucesso com as meninas. Eu não me encaixava em nem um grupo, era burro, não tirava boas notas e não gostava de estudar. Era feio,não era popular, ao contrário, era quase invisível. Na realidade eu era invisível. Entre as mulheres, existiam umas duas nerds, feias e acanhadas, isoladas das demais, algumas bem pobres e feias, e outras bonitas e legais, que gostavam de conversar com todos, até comigo. Existiam por fim, as patricinhas, ricas, mimadas, chatas, escandalosas, e lindas. As  mais lindas de todas. Dentre elas estava a menina pela qual eu era apaixonado, a  Bianca.. Uma morena linda, pele cor de doce-de-leite, cabelos lisos e longos castanhos claros. Baixinha, e com um corpo bem dotado, perninhas grossas e bumbum empinado. Rostinho largo, com sobrancelhas grandes e largas. Olhos lindos, castanhos escuros. E uma boca linda. Não tão pequena. E os pés claro! Ah, eles eram lindos, pezinhos tamanho 36, dedinhos pequenos e curtos, sola amarelada e lisa. Calcanhares redondinhos e amarelinhos. Divinos. Todo o seu pé era perfeito, cada pequeno detalhe. Parecia esculpido.

Eu não tinha apenas a fascinação pelos seus pés: eu era muito apaixonado por ela, ela era legal, meiga, educada, tinha uma voz macia e linda. Ela era perfeita! Mas , obviamente, ela não queria nada comigo,  a única coisa que ela poderia sentir de mim era pena, mais nada. E de fato, isso era tudo o que ela sentia. Eu, claro, não tinha coragem de me declarar....

Infelizmente, ela estava sempre usando um all star, eram raros os momentos em que ela exibia os seus pezinhos lindos. De certo modo, isso era bom, pois seria inevitável olhar para eles, e ela poderia perceber, e ela poderia me achar estranho, e nunca querer nem falar comigo, e muito menos querer nada comigo. Muito embora, eu sabia que no fundo ela nunca ia querer nada mesmo.

Eu passava a minha vida sonhando com ela com seus pés, minha vida vazia, chata e sem sentido, cuja maior alegria era justamente pensar nela, em como ela era bonita e legal. E como eu amava ela!
Todavia, eu não era nada para ela, eu não tinha nem um décimo de participação nos pensamentos dela, como ela tinha nos meus. Eu não era nada pra ela!

Cada pequena conversa que eu tinha com ela era motivo de grande felicidade para mim! Arrumava qualquer desculpa pra falar com ela. "Quem tem uma caneta pra me emprestar?" "Eu!". Quando essas conversas aconteciam, ficava pensando nisso o resto do dia. Era o suficiente para fazer o meu dia valer a pena, e dar alguma graça à minha vida.

Certa quarta-feira, estava tendo aula de educação física, eu odeio, nunca participo, sempre fico na sala escutando meu mp3... E neste dia, como sempre, lá estava eu, porém, nesse dia, algo diferente do normal aconteceria.

Ela acabava de entrar na sala. Sozinha, mancando. Ela estava usando uma minissaia azul que quase batia no joelho. Era parte do uniforme do colégio. A roupa de cima era branca e tinha mangas bem pequenas. Ela estava usando seu all-star preto, como sempre.Eu nem podia acreditar no que estava acontecendo: eu e ela sozinhos na sala de aula!

Então ela fala  " Ai, eu estava correndo na aula de educação física e bati meu pé, numa pedra está doendo muito". Ela sentou no pequeno degrau que separava a mesa do professor do resto da sala. Esticou  as lindas pernas e estava desamarrando o all-star esquerdo, aquele que calçava o pé machucado. Eu paralisei na hora, não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Então, eu não sei como, não sei como tive coragem de falar, mas meio que brotou do fundo do meu inconsciente e sem pensar, falei " Quer que eu faça uma massagem?".
Caramba! Eu não podia acreditar que acabara de falar isso! Quase levei minhas mãos à boca, tamanha a besteira que eu acabava de falar! Poderia colocar tudo a perder! Ela levantou a cabeça, olhou para mim. Nesse momento, pensei " O que foi que eu fiz?"

E então ela dá um sorrisinho e diz: "É uma boa idéia! Está doendo muito!". Não pensei duas vezes agora eu não apenas queria massagear seus pés, mas eu tinha que fazer isso. Abaixei, e continuei a desamarrar seu all-star preto. Com minha mão esquerda, segurei o pé esquerdo dela, coloquei no minha perna direita. Continuei desamarrando o seu all-star esquerdo com as duas mãos. Removi-o, então de seu mimoso pé.

Nesse momento, subiu até minhas pobre narinas o cheiro forte do suor de seu pé. Nesse momento, senti no meu peito meu coração acelerar e bater forte,  senti ele acelerado dentro do meu peito. Meu orgão começou, a levemente endurecer, e avolumar-se dentro de minha calça. De repente, senti que não existia mais nada importante, não existia reputação, não existia mais a opinião que a meiga Bianca poderia ter de minha pessoa, não existiam valores morais, e nem convenções sociais! Tudo que existia era aquele aroma divino. Senti-me então, me rendendo àquele momento maravilhoso. Foi nesse momento que fechei meus olhos. Abri minhas narinas e inspirei aquele chulé maravilhoso. Senti meus pulmões se encher daquele aroma divino que colocava todo o meu ser em transe. Eu estava no paraíso!

Era o chulé da minha deusa, da minha Bianca, que tantas vezes sonhei em estar perto. Era o cheiro do cansaço dos pés da minha adorada. Não podia existir sensação melhor.
De repente, abro os olhos e vejo ela me olhando com cara de espanto. Nesse momento, eu retornava a realidade. Ela, então disse. "Nossa, que nojo! Isso é chulé! Você gosta de chulé, Bernardo?"
Na minha cabeça, nesse momento, não havia mais como voltar atrás. Então falei a verdade:
"Não, eu não gosto de chulé. Eu gosto do seu chulé." Ela começou a rir muito. Mas eu não me importei. Tirei a meia dela e comecei a massagear seu pé. Bem onde ela tinha batido, estava vermelho.Eu então, fui passar meu dedo no local machucado. "Ai!" "Desculpe!" Comecei a massagear  bem de leve, aquele chulé subindo e se fazendo presente. Então abaixei minha cabeça e beijei aquele machucado. Ela sorriu e disse "Que meigo!" Não podia acreditar que ela tinha me chamado de meigo! Aquilo era tudo para mim! Fiquei pensando tanto nisso que nem respondi!

Dei mais um beijinho no machucado, e ela começou a sorrir: "Tá bom, não precisa tanto, a dor já passou." E então eu disse, "O seu pé é lindo", "Ah! Obrigada, você gosta de pés?". `Parei pra pensar nas consequências   dos meus atos. Ela poderia contar para outros. Então pensei no que eu tinha dito anteriormente a ela e respondi: "Não, mas eu gosto de seus pés!" Ela começou a sorrir muito. "Para seu bobo!" Então eu falei:

"É verdade eu nunca paro de pensar em você, mas você nunca me nota, você não tá nem aí pra mim, porque eu sou chato, feio e sem graça, mas eu preciso dizer que você está o tempo todo em minha mente, você é a dona dos meus pensamentos, você e os seus lindos pés, eu quero ser todo seu,  quero passar toda minha vida com você,  a seus pés, te servindo, porque você é minha rainha. Por favor, me deixa massagear seus pés, me deixa sentir o cheiro do cansaço deles."

Nesse momento, não importava mais nada.

Entretanto, a realidade é diferente, e ela disse a mim: " O quê?!? Você é maluco!"
Eu voltei a realidade, comecei a suar frio e a sentir a besteira que eu havia falado. Comecei a gaguejar Me levantei e saí. Não falei nada. Fui beber água e me acalmar um pouco. Tentar esquecer o que havia acontecido. Embora fosse um sonho maravilhoso, era também a minha perdição. Um desastre com consequências sociais devastadoras. Fora a culpa que eu sentiria de mim mesmo.

Fui para o pátio pensar, tentar esquecer o que  havia apenas acontecido. Tentava pensar na TV, nos noticiários "A crise econômica" Inútil. Obviamente eu não iria esquecer! Ainda faltavam vinte minutos para a aula de educação física acabar. Depois iríamos embora. As aulas de educação física na quarta-feira eram as últimas. Esse vinte minutos pareciam uma eternidade. O tempo simplesmente não passava.

Quando passado um dos períodos mais longos de toda minha vida, o sinal bateu. Era hora de retornar a sala de aula, pegar minha mochila e ir embora para  a casa. Entretanto, aí estava a pior parte, voltar para a sala de aula onde tudo havia acontecido. Onde eu teria de encarar a vergonha de todos e também da Bianca. A menina que nesse momento não era mais a protagonistas dos meus pensamentos apaixonados, mas sim a minha torturadora. Voltei à sala. Tentava olhar para as meninas, tentava olhar para os meninos populares, bonitos, espertos, estilosos, legais, meus torturadores. Tentava traduzir suas expressões. Eles pareciam olhar para mim e sorrir. Pareciam sorrir da minha cara. Então me dou de cara com a Bianca. Ela, surpreendentemente, não mostrava nem um sinal de deboche, e quando conversava com suas amigas, parecia não sorrir. Parecia que o que acabava de acontecer não havia acontecido para ela, para meu alívio. Fui embora mais tranquilo. No caminho de casa, pensei no maravilhoso ocorrido da sala de aula, da aula de educação física.

Continua, parte II: http://contosdepodolatria.blogspot.com.br/2013/07/na-escola-ii.html#more